Monday, December 03, 2007

CARTA ABERTA AOS TAMANDUÁS-MIRINS

Toda a imprensa noticiou algumas semanas atrás quando um tamanduá-mirim foi visto dependurado num poste de luz à beira de uma movimentada avenida em Brasília-DF. Claro que o fato não deixa de ser incomum, mesmo estando a cidade cravada num cerrado, habitat natural do tamanduá-mirim. Muito mais espantoso e ignorado pela imprensa, é o fato de que em Santantoniodaplatina (cidade do nordeste do sul do pais situada no estado do Paraná, região que desconhece cerrado), foi visto em uma árvore em plena avenida Oliveira Mota, em frente ao edifício que ostenta em sua fachada o letreiro que diz: casa da cultura, pasmem, um tamanduá-mirim. O mais estranho de tudo, em ambos os casos, é o fato destes animais terem conseguido chegar onde chegaram sem terem sido notados, afinal são animais cuja velocidade impressiona a um jabuti. Creio que os tamanduás-mirins estão querendo chamar a nossa atenção para algo que somente um tamanduá-mirim poderia perceber. Talvez uma espécie de movimento silencioso de tomada de poder, ou estão querendo entrar para a lista de animais ameaçados de extinção para ver se ganham alguma regalia ambiental. Se já estiverem na lista, é possível que estejam reclamando que as regalias ainda não chegaram. O mais importante de tudo é que: caso você encontre um tamanduá-mirim, não se assuste, nem tente pegá-lo, abraçar e chamar de fofinho nem pensar. Procure estabelecer um diálogo e compreender seus anseios, oriente-o a seguir comendo cupins e tire de sua cabeça a idéia de vir morar na cidade, os empregos para tamanduás-mirins são poucos e o salário não é lá essas coisas. E por último, não os deixem assistir a esses filmes de animação com bichinhos computadorizados, isto é uma má influência para tamanduás de qualquer espécie.

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